Conheça o método 50-30-20 e como adaptar ele para o seu filho

Mais um dia de pagamento chega na casa de Dona Maria. Ela e o marido João, arcam com as responsabilidades financeiras da casa, e pagam a (tão esperada) mesada dos filhos. Mas, ainda na segunda semana do mês, a filha adolescente pede um pix para sair com os amigos. 

  • “Mas a mesada já acabou em tão pouco tempo?”
  • “Não sei o que aconteceu, mãe. O dinheiro não deu…”

Parece uma situação familiar pra você? 

Apesar de ser mais um cenário comum em muitos lares brasileiros, pode representar também a oportunidade de abrir o (importante) diálogo sobre educação financeira em casa. E, mesmo que pareça precoce, saiba que essa conversa, além da sua casa, pode ajudar a melhorar a economia no país!

Endividamento entre jovens e a (falta de) educação financeira na infância

Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 12 milhões de brasileiros entre 18 e 29 anos estão endividados. De acordo com a pesquisa, diversos fatores levaram o país para essa situação. Mas, a maior parte deles tem dois pontos em comum: a falta de conhecimento sobre finanças e as novidades trazidas pela entrada no mercado de trabalho. 

O SPC Brasil já revelou em outro estudo que cerca de 75% dos jovens entre 18 e 30 anos não fazem nenhum tipo de controle de gastos. Números que evidenciam o impacto da educação financeira na infância e adolescência na transição para as responsabilidades da vida adulta. 

Durante a criação, estamos em formação básica, moldando a forma como vemos o mundo e lidamos com responsabilidades. Se não tivermos contato com informações claras e acessíveis relacionadas a questões financeiras, a tendência é que cresçamos sem saber lidar com dinheiro.

Felizmente, estudos e especialistas do mundo inteiro vêm pregando cada vez mais sobre a importância do tema e no nosso papel, enquanto adultos, de formar crianças e adolescentes que vêem e lidam com o dinheiro de forma mais inteligente. Então, se você quer falar sobre educação financeira com os filhos e não sabe por onde começar, saiba que o método 50-30-20 pode ser um excelente ponto de partida.

Então, continue lendo e conheça a técnica simples e eficaz que pode mudar a relação dos seus filhos com o dinheiro.

Afinal, o que é a regra 50-30-20?

A regra 50-30-20 é uma técnica de referência para guiar o orçamento e organizar os gastos. Trata-se de uma maneira de dividir o dinheiro que entra na conta mensalmente, seguindo uma ordem de prioridade. Isso significa estabelecer um limite de gastos mensais para três principais áreas. 

Fazendo essa simples divisão do orçamento mensal em três partes, você automaticamente já vai conseguir focar a atenção mais facilmente nos maiores e menores gastos. Por isso, é imprescindível começar a anotar todas as informações da maneira que preferir. 

Seja uma planilha, aplicativo ou caderno, comece pensando em cada uma dessas três “caixas” como locais onde será depositado o orçamento mensal. De forma que: 50% seja destinado aos gastos fixos e essenciais, 30% à gastos variáveis e 20% para reservas financeiras e projetos futuros.

Nesse ponto você pode estar se perguntando: “como definir quais gastos se enquadram em cada ’caixa’?” 

E é exatamente esse o grande segredo para fazer o melhor uso possível do método. Devido ao caráter adaptável da regra 50-30-20 é possível classificar os investimentos da forma que mais faça sentido para o seu momento financeiro. Ou nesse caso, o contexto financeiro dos seus filhos.

Como usar o método 50-30-20 na educação financeira das crianças de forma prática?

Considerando a mesada como o “salário” que cairá periodicamente (seja mensal, quinzenal ou semanal) na conta do seu filho, é importante aplicar o conceito da mesma forma. 

Conforme já aprendemos, no método 50-30-20 a mesada seria então dividida em três principais de acordo com os tipos de gastos. Para exemplificar melhor essa separação e os critérios que você pode sugerir, vamos ilustrar abaixo:

Gastos fixos (50%)

Itens considerados essenciais do cotidiano, como os gastos com alimentação (o lanche na escola/curso, por exemplo). Além disso, podem ser considerados também os gastos com reposição de peças de roupa, calçados, conta de celular, transporte do dia-a-dia (público ou aplicativo), caso isso já seja responsabilidade financeira dele/dela.

Gastos variáveis (30%)

Muitos classificam os gastos variáveis como “desejos pessoais”, para ajudar a pensar o que incluir aqui. Podemos seguir por esse caminho com a alimentação. Mesmo sendo classificado como um gasto fixo, pedidos de delivery, por exemplo, seriam um gasto variável. Visto que seu filho, provavelmente, teria comida em casa, este seria apenas um gasto pontual e dispensável.

Dessa forma, podem ser incluídos também os gastos com passeios, entretenimento e lazer de maneira geral (shows, cinema, parques de diversão, etc). Além de compras de jogos, pagamento de streamings, ou até mesmo salão de beleza, se for o caso.

Projetos futuros (20%)

Por último, mas definitivamente, não menos importante, temos os vinte por cento destinados ao futuro. 

Mas o que isso significa, na prática, pra uma criança/adolescente?

Esta pode ser a chance para que você comece a falar sobre a relevância que guardar dinheiro tem na realização de sonhos. Podemos e devemos incentivar as crianças e jovens a terem uma visão de futuro mais otimista e responsável financeiramente. 

Por isso, mostre que qualidade de vida está, também, em conseguir se planejar para alcançar metas. Por isso, não deixe de motivá-los a pensar nessa reserva financeira com a atenção necessária, e não apenas apenas como uma “sobra”. 

Aqui podemos classificar objetivos maiores, sejam de médio ou até curto prazo, como: a compra de um notebook mais moderno, trocar de celular por um modelo do ano, comprar uma bicicleta nova, ingresso para um festival anual de música ou até mesmo aquela viagem das férias.

No caso de compras dessa natureza, parceladas no cartão de crédito, deverão também ser consideradas nesse percentual até a “dívida” ser quitada. Atente-se às faturas e não tenha receio de se mostrar disponível para orientar sobre juros e multas, quando necessário.

Vale mesmo a pena ensinar o método 50-30-20 para meu filho economizar a mesada?

É importante (poderíamos dizer, urgente) mostrar para as novas gerações, que a relação com o dinheiro pode ser mais simples do que parece. Devemos pensar em como prepará-los desde cedo para entender o impacto da lógica do próprio mercado financeiro e da mídia nos hábitos de consumo.

Incentivada ainda em casa e aliada à própria educação básica, a educação financeira na infância ensina também noções de disciplina, responsabilidade, comprometimento, segurança e até bem-estar. À medida que você vai ensinando e organizando os gastos junto com ele/ela, pense na possibilidade de flexibilizar os percentuais do método no começo.

Uma dica de ouro para que esse início seja didático e proveitoso para aplicar a técnica 50-30-20 com seu filho é pensar nos percentuais como dinheiro (literalmente).

Se a mesada do seu filho é de R$ 300,00 mensais, então teríamos: R$ 150 destinados aos gastos fixos (50%), R$ 90 para os gastos variáveis (30%) e R$ 60 para a “poupança” (20%). 

Visualizando os valores de forma clara é possível manter um controle mais preciso e um diálogo mais objetivo sobre dinheiro e responsabilidade. Dessa forma, podemos contribuir para formar jovens adultos com uma vida financeira saudável e livre de endividamentos. 

Você já conhecia o método 50-30-20? Acha possível aplicar o conceito na sua casa? Conta pra gente nos comentários e compartilha este conteúdo com alguém que vai gostar de ler!

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