Responsabilidade financeira é um termo que pode ser debatido de diversos ângulos. Por exemplo, a gente já falou de mesada, demos dicas de como começar e como definir qual valor dar para os filhos. A próxima etapa da conversa é um pouco mais polemica, pagar ou não as crianças por tarefas feitas?
No sétimo episódio da segunda temporada do Yourcast trouxemos a Ana Pregardier para falar nesse assunto. Ela é escritora e educadora financeira, com muitos projetos focados em finanças para criança.
Exemplos práticos de responsabilidade financeira
O primeiro ponto que a Ana traz é bem simples:
“A criança pode se negar a fazer aquele trabalho?”
Situação 1: A família (X) tem um filho menor, um irmão mais velho e os pais. Cada um arruma sua cama antes de sair, mas o pequeno ainda não. Por tanto, o irmão mais novo precisa se adequar a responsabilidade de ajeitar a cama.
Ana coloca que é importante essa participação pra que a criança entenda que faz parte da cultura familiar. Não remunerar nesse caso é ter responsabilidade financeira com a criança.
Situação 2: Família (Y), tem mais recursos e paga uma funcionaria pra arrumar a casa. Nesse caso a especialista aponta que: os pais podem fazer um acordo com a criança, no sentido de que se ela arrumar o quarto eles podem pagar uma quantia por isso.
A responsabilidade financeira aqui é cada família entender a sua realidade.
A diferença é que na segunda família já tem um dinheiro determinado que vai pra uma pessoa fazer o serviço, então é possível negociar com o filho. Por tanto, aqui a criança teria a opção de escolher ou não fazer aquela tarefa.
“É importante observar o que funciona pra tua família. Dá pra fazer a pergunta simples e clara: a criança pode se negar a fazer? Se ela puder, pode pagar. Ela não pode se negar a fazer? Então não pode pagar.”.
Como entender o que é obrigação e o que não é
Uma forma de ter responsabilidade financeira, é conseguir separar entre as obrigações da casa e funções combinadas. Porque quando se consegue fazer isso, não sobra tanta abertura pra criança fazer as tarefas só pelo dinheiro.
Então, fica um alerta: tirar uma parte da mesada, por mau comportamento, é perigoso!
Ana explica melhor:
“Se comportar e obedecer aos pais, por que ela vai fazer isso? Porque isso faz bem pra ela, porque os pais amam essa criança e querem o bem dela. Ela obedecer só por causa do dinheiro que ela ta ganhando ou deixando de pagar, é uma linha muito perigosa em termos de construção psicológica. Da forma como ela constrói a percepção da realidade e das relações afetivas.”.
A mesada por idade, como aplicar isso com crianças pequenas?
Já falamos de mesada, mas a Ana traz uma ideia que pode ajudar muitos pais e ainda por cima tem tudo a ver com a Yours.
Crianças de até 8 anos ainda não tem a compreensão completa de tempo. Ou seja, de pensar no futuro a longo prazo como 6 meses.
Então, para resolver isso e incentivar os pequenos a guardar uma parte do dinheiro que ganham, os pais podem fazer algo mais visual.
Como assim? Se o objetivo é comprar um brinquedo, tira uma foto dele e coloca em algum lugar acessível da casa, que a criança possa ver e visualizar como que tá aquele processo de separar uma parte da mesada.
Por fim, no aplicativo da Yours, isso pode ser feito de maneira fácil. Criando um objetivo é possível personalizar com o nome e uma imagem. O que ajuda o filho a compreender melhor o resultado.