Empreendedorismo feminino, no geral, é algo que já se fazia muito antes de ser uma opção para as mulheres. Por exemplo, as mães que buscavam alternativas de renda vendendo doce ou algum artesanato, e sempre conciliando com as tarefas domésticas.
“Uma inspiração pra mim são as mulheres que vieram antes de mim, como a minha avó e a minha mãe. Porque quando a gente fala de empreendedorismo feminino, as famílias já fazem isso há muitos anos”
Antes de mais nada começamos direto com essa fala da nossa convidada do quarto episódio do Yourscast, Lú Brito. Ela é CEO da empresa Gurizada Faceira Espaço Kids em Eventos Sociais e mentora na Socialtech B2Mamy.
O que mudou nesse cenário, é que hoje isso ganhou um título de empreendedorismo feminino e tem sido uma alternativa formal ao mercado de trabalho tradicional.
Como resultado, a pesquisa do SEBRAE mostra que no terceiro trimestre de 2022 o número de mulheres empreendedoras chegou a 10,3 milhões no Brasil.
Desafios do Empreendedorismo Feminino
Vida Profissional e Pessoal: 51% das mulheres são chefes de famílias e precisam conciliar o cuidado da casa com o trabalho.
“A gente tem como maior desafio a questão da dupla jornada. Os homens conseguem se desvincular e sair para trabalhar focando só naquilo, e tá tudo bem, é uma skill. E nós mulheres temos muito essa questão da maternidade e da casa ou até de cuidar de algum parente, então tem mais uma jornada.”
Barreiras de financiamento: mesmo com uma taxa menor de inadimplência as mulheres ainda recebem altas taxas de juros.
“Outro grande desafio é que os investimentos não vêm para as mulheres. Então quando a gente fala de abrir um negócio, tá falando de investimentos, por que não adianta abrir um negócio que não seja saudável financeiramente.”.
Diferença salarial: Os homens continuam sendo mais bem pagos por trabalhos iguais. Uma nova lei, de julho deste ano, tenta equiparar essa diferença. Mas, 30% das mulheres ainda recebem menos que os homens no Brasil.
Dicas da Lú Brito
Em primeiro lugar, a nossa convidada compartilhou algumas habilidades que ela acredito serem necessárias e essenciais para ser empreendedora:
- Saber do seu negócio: expertise de entender exatamente o que está fazendo, valorizar o se faz;
- Saber vender: Dominar o seu negócio para conseguir comunicar o que quer;
- Resiliência: não desistir apesar das dificuldades;
- Propósito: Entender e passar pro cliente o sentido do que se está fazendo.
Oportunidade de mercado
Em seguida, ela fala de oportunidade, que parece difícil de encontrar, mas é importante para quem quer ser uma empreendedora, conseguir enxergar um espaço para se inserir no mercado.
Embora tenha sido exatamente o que a Lú Brito fez na pandemia.
Já que os eventos foram cancelados, ela aproveitou o conhecimento que já tinha para solucionar uma questão das mães.
Ela viu que nos grupos de whatsapp de mães e começou a surgir várias ideias de brincadeiras para entreter as crianças em casa, mas os pais não tinham os materiais necessários.
A Lú foi esperta e aproveitou que já tinha os fornecedores, foi atrás de outros e criou o Kits Home.
Era um potinho com giz de cera, tinta guache, massinha de modelar, um brinquedo em papelão, uma almofadinha de colorir lavável e reutilizável e mais um pacote com cem folhas de ofício. E mais uma cartinha à mão!
Então ela fez um primeiro teste com 30 caixinhas em março. Depois, com a demanda virou um especial de páscoa, no dia das crianças foi uma caixa que tinha até livros e no natal até uma casinha de papelão!
“Com esse projeto eu consegui mostrar o rosto por trás da gurizada faceira, quando eu comecei o kit aproximei muito mais a marca de mim. Meu público mudou, as cartinhas era eu que escrevia, mas a mensagem era de quem comprava o kit para as crianças.”
Desafios do empreendedorismo feminino no mercado
Aliás, o papo com a Lú Brito tocou em outros assuntos muito importantes do empreendedorismo como a dificuldade da mulher negra
“Eu atendo o público A em Porto Alegre, clubes grandes com os casamentos. Então eu preciso ter um posicionamento ao chegar, eu já falo quem eu sou e a minha empresa e tu percebe os olhares.”.
Além disso, ela deu a dica de que a empreendedora não pode se deixar levar pelas vontades do cliente ou pela pressão externa. Ter segurança no trabalho prestado dá credibilidade para cobrar o justo.
“O cliente quer mudar muito o teu modelo de negócio, então quando tu sabe do teu negócio o cliente também não vai querer mudar isso.”.
E para finalizar a Lú Brito trouxe mais dicas para quem quer começar:
- Pesquisa de mercado;
- Entender a demanda;
- Fazer o que gosta;
- Saúde financeira.
E, claro, que tem muito mais sobre esse assunto no episódio completo! É só assistir no Youtube ou ouvir no Spotify!