Falar sobre o futuro e como se programar financeiramente para isso pode ser complicado quando somos adolescentes. Contudo, entender como funciona a economia familiar é um passo importante para a conscientização financeira.
Neste quarto episódio do Yours Cast conversamos, principalmente, sobre maneiras de abordar a questão do dinheiro dentro de casa. O convidado Rodrigo de Assis, é economista, professor e atua na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Porto Alegre.
Tem como falar de dinheiro e futuro sem ficar apavorado?
Dependendo da idade a ideia de guardar uma grana não parece fazer sentido, mas quando já temos nossos 30 e poucos não ter uma reserva financeira parece ainda mais assustador.
Por isso, Rodrigo da uma dica importante pra falar sobre a economia familiar:
“Se tu tem um propósito, ele provavelmente é de longo prazo, isso vai te ajudar a entender como fazer essas escolhas a curto prazo. Precisamos mostrar para o jovem que é importante ele curtir o momento, entendendo o mundo onde ele vive, mas também pensar um pouco no futuro.”
Como professor, Rodrigo compartilhou uma dinâmica que faz com os alunos.
Em certo momento ele pede para que os alunos calculem quanto custam por mês dentro da economia familiar.
“É super importante que na educação familiar a criança entenda que (os valores de ganho e custo dos pais) é uma informação da família. Ele tem acesso, ele sabe, mas é da família”
Exemplificando: dividir as contas de água, luz, telefone, por cada morador da casa. Ele ainda faz os adolescentes incluírem na conta: colégio, roupa, saídas, vídeo game, computador.
“Quando eles veem o quanto custam é sempre uma surpresa. Eles sempre acham que custam menos do que realmente é.”
Em contrapartida, dentro de casa a conversa pode ser mais direcionada.
Como responsáveis fica mais fácil impor limites, deixar claro de onde vem o dinheiro e as obrigações que se tem com isso.
Com efeito fazer a criança compreender a importância do dinheiro a consultora de educação financeira Cássia D’Aquino em entrevista a GZH, destacou que:
“A criança ainda não tem o pensamento abstrato perfeitamente desenvolvido. E o tempo é uma abstração. Se você diz a uma criança de seis anos “daqui a um mês”, ela compreende a frase, mas não é capaz, como nós, de fazer essa projeção. Por isso, se recomenda semanada.”
Psicologia do dinheiro, isso existe?
Inegavelmente os jovens escutam muito não durante a vida. Na hora parece que estão todos contra eles, porém não é bem esse o intuito da palavra. Rodrigo exemplifica:
“O jovem gosta de testar limites. E ele testa o limite financeiro também. Então é super importante a gente mostrar pra eles quais são os limites, porque quando ele crescer ele vai se sentir mais confortável em lidar com o não.”
Esse é o intuito da economia familiar, incluindo os jovens desde cedo eles entendem mais fácil como cada decisão é tomada.
